Por Arlete Gavranic
Segundo a ONG Safernet, atualmente são feitas 500 denúncias por dia de exploração da pornografia infantil na Internet. O crime agora virou objeto de CPI criada pelo Senado Federal.
O abuso sexual às crianças acontece na família,
principalmente através de pai, padrasto, irmão ou outro parente, e depois pessoas ligadas a esse núcleo.
É importante observá-los, muitas vezes por falta de trabalho ficam muito próximos às crianças. Mas a casa de amigos, vizinhos, professor, padre, pastor podem ser locais onde o abuso pode
acontecer.
Nos casos de abuso sexual a criança é forçada fisicamente ou coagida verbalmente a participar da prática sexual sem ter ainda sua capacidade emocional e/ou cognitiva suficientemente desenvolvida para consentir, negar ou julgar o que está acontecendo.
Abuso sexualO abuso sexual ocorre em todas as classes sociais. E é definido como qualquer conduta sexual que ocorra com uma criança por parte de um adulto ou por outra criança mais velha. Em geral entre 3 e 4 anos mais velha, já se fala em abuso. Pode ocorrer por contato oral-genital (na criança ou no adulto), o esfregar/roçar os genitais do adulto na criança, toques nos genitais da criança ou coerção para que a criança toque os genitais do adulto ou de outra criança mais velha ou adolescente, ou chegar à penetração vaginal ou anal na criança. Mas outras atitudes como mostrar os genitais a uma criança, incitá-la a ver material pornográfico, ou utilizá-la para elaboração de material de natureza pornográfica também é crime.
Assusta ver que pessoas tão próximas possam ser autoras de crimes contra nossas crianças. Mais assustador ainda é sabermos que o número de abusos sexuais em crianças denunciado nas estatísticas, é bem inferior à realidade dos fatos. Isso ocorre pois a maioria desses casos não é conhecida. As crianças têm medo de contar o que aconteceu, pois em geral são ameaçadas por quem abusou e temem – muito – represálias, principalmente se for da família. Elas ficam confusas e temerosas de contar o fato com medo de serem consideradas culpadas.
Há também o medo que a família desintegre-se. Apesar da agressão do abuso, esse núcleo familiar é a única referência de sua vida.
O dano emocional e psicológico resultante dessas experiências tende a ser muito prejudicial à vida emocional e sexual futura. Poderão surgir problemas sérios de comportamento como dificuldade em estabelecer vínculos de confiança e relações estáveis com outras pessoas. Poderão surgir problemas de marginalidade, tornarem-se adultos abusadores e direcionarem-se à prostituição.
Identifique a ocorrência de abuso
– Alterações bruscas no comportamento, no apetite ou no sono;
– Desejo repentino da criança em se manter isolada, evitando contato com amiguinhos e familiares;
– A criança se mostrar agitada, muito incomodada e perturbada quando há possibilidade de ficar no mesmo local com uma determinada pessoa;
– Medo desproporcional frente à necessidade de um exame físico;
– Começar a achar que têm o corpo sujo ou contaminado;
– Interesse excessivo ou evitação no contato com seus genitais;
– Rebeldia, agressividade excessiva;
– Podem chegar a um comportamento suicida ou de automutilação.
Por isso é necessária muita atenção no sentido de protegê-las.
PrevençãoFamília e escola precisam ter atitudes preventivas no sentido de evitar ou extirpar a ocorrência de abusos.
Para muitos é estranho ter que falar sobre sexualidade com as crianças, mas é importante saber que não temos que estimular a sexualidade, mas sim ensinar a criança a gostar de seu corpo e aprender a respeitá-lo, cuidando de sua saúde, higiene e evitando acidentes, como por exemplo, não se
machucar com objetos cortantes.
Para isso é necessário que a criança tenha um vínculo de confiança com essa pessoa que orienta e saiba que poderá procurá-la para perguntar ou contar algo sem tomar ‘bronca’ ou ser criticada.
Explique à criança que o corpo dela precisa ser cuidado por ela e que ela deve ser cuidadosa e desconfiar se alguém tentar tocá-lo, inclusive as partes íntimas; ou ainda pedir para fazer coisas no seu corpo ou no de outra pessoa, que não seja brincar junto com todo mundo.
É preciso orientar a criança que se afaste dessa pessoa e procure a mãe, irmã mais velha, uma avó ou a professora e conte o que aconteceu. Orientar as crianças para não terem vergonha e se preciso até gritar ou correr em situações em que sintam-se ameaçadas.
Os adultos precisam ser respeitados, mas isso não significa que as crianças tenham que obedecer e fazer tudo que eles mandam. Principalmente se isso envolver tocar, manipular, beijar ou machucar o corpo e se a criança não se sentir bem.
O velho ensinamento de não aceitarem convite por dinheiro, presente ou agrado, de quem conhecem ou não, para fazerem ‘coisas’ com o corpo é fundamental.
É difícil em muitas situações evitar o abuso sexual, devido à proximidade do abusador. Não receie pedir que outros adultos ajudem a olhar as crianças.
Procure conhecer os amigos de seus filhos e suas famílias e também estimule as crianças a não ficarem isoladas, procurando ficar em grupo.
Fonte: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/abuso_sexual_criancas.htm#ab