Doar faz bem ou não, depende da intenção do doador. 

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Por:  Margarida Silva

Doar, em sua grande maioria, é um ato de generosidade e faz bem, para ambas as partes – doador e beneficiado – quando se espera nada em troca. No entanto, esta ação pode ser ruim se a intenção for o descarte de algo sem  nenhuma  utilidade para o outro, apenas uma forma de desocupar o espaço na propriedade do doador.

A doação é um ato de generosidade, se feita livremente e com amor, preocupando-se com a condição do agraciado.

Pensando na letra da  música de Judith Junqueira  que diz: “Fica sempre um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas,  nas mãos que sabem ser generosas;
Dar o pouco que se tem a quem tem menos ainda, enriquece o doador, faz sua alma ainda mais linda.”,  muitas pessoas devem estar se perguntando:  o que tenho de útil para doar? Como sugestão, pode iniciar doando amor, paciência, tolerância, que são fáceis de doar e  todo mundo tem  ou   pode adquirir, e, quanto mais se doa, mais se tem.  Pode-se doar também tempo, serviço, além de bens materiais.

Falando de bens materiais, antes de doar é preciso se perguntar: quem está precisando do que se tem para doar?

Exceto amor, paciência e tolerância, que todo mundo necessita sempre, as outras possibilidades de doação precisam estar coerentes com a necessidade do potencial ganhador.

Em si tratando de objetos, é fundamental que estejam em condições de uso de imediato, pois o presenteado, na maioria das vezes, não tem recurso financeiro para pagar o conserto, desta forma, aquilo que seria um benefício, passa a ser o contrário, ocupando o pouco espaço que os carentes, em sua grande maioria,  possuem.

Os objetos defeituosos acabam entulhando a casa do presenteado, dificultando a limpeza o que facilita aquisição de doenças nesta população de condição de saúde fragilizada, normalmente.

Outro fato que deve ser observado pelo doador, no caso de  equipamento, mesmo que esteja funcionando, mas se for um equipamento antigo ele geralmente consome muita energia, complicando ainda mais a delicada  condição financeira do presenteado.

Assim,  antes de doar, avalie se é realmente uma doação útil ou mero descarte para desocupar a casa do doador. Desta forma, não se pode chamar de doação, e sim, de descarte irresponsável, transferindo para quem não tem condição o compromisso de jogar fora algo sem utilidade. Atitudes destas são gestos condenáveis, portanto sem nenhuma virtude.

Então, pratique virtude, fazendo doação responsável, coerente com a necessidade do agraciado, tornando-o satisfeito com a doação, sendo efetivamente, um  presente.

Isto sim é uma atitude generosa, louvável e faz muito bem a quem recebe e também ao doador.

Pense nisto antes de fazer qualquer doação e pratique a virtude da doação!

Margarida Silva, psicóloga e apaixonada pelas questões socio-ambientais.

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