Por Pe. Franklin Silveira
O que nos faz diferentes em meio a tantos seres que nos circundam na natureza? Alguns dirão: a racionalidade; outros, a capacidade de amar; e os mais negativistas, o ímpeto destrutivo. As razões para fundamentar as suas respostas serão, talvez, buscadas na Filosofia, na Religião ou ainda numa aparente falta de sentido da vida. Ainda que a resposta a essa pergunta possa ganhar diferentes perspectivas, é inegável que em todas haja espaço para um gesto característico do ser humano: a DOAÇÃO.
Doar significa dar, transmitir um dom, uma dádiva material ou abstrata, de modo livre, isto é, sem espera de recompensa, cujo efeito se concretiza na vida de um outro. Doar parte do que recebemos financeiramente pode transformar uma vida excluída da sociedade, e assim como doar alimentos sacia a fome, o oferecimento de um pouco do nosso tempo à escuta de quem sofre ou realizando uma atividade voluntária, devolve dignidade e esperança a quem carece de afeto e precisa descobrir sua potencialidade criativa.
A sabedoria oriental diz que o perfeito doar é uma contribuição feita de corpo inteiro, pois requer o envolvimento total do indivíduo, tanto físico como mental pelo trabalho que leva a ganhar dinheiro ou na atenção dedicada a alguém ou a um grupo. Assim, qualquer porção da quantia ganha ou do tempo doado é parte deste esforço “total”. Independente se o que nos mobiliza a este gesto se fundamente na ética, no preceito divino ou na política, o efeito benéfico em quem faz a experiência é sentido na mesma proporção do esforço, ou seja, em todo corpo: no físico, na psique e, para os que acreditam, no espírito.
Excelente este artigo. Realmente doar faz bem, pra quem doa e pra quem recebe…